9 de nov. de 2008

Clarke



Dia 18 de março passado (2008) foi-se o Arthur Clarke, nosso velho conhecido por conta, em especial, de "2001: Uma Odisséia no Espaço" [imagem do cartaz ao lado] - o filme dirigido pelo Stanley Kubrick, que ele roteirizou e depois transformou em um romance independente, a partir, ambos, do conto A Sentinela, escrito nos anos de 1950.

Bati um papo sobre esta "perda" com o Rafa Amorim, sempre ligado nas "paraciências", incluindo a investigação do fenômenos dos Ovnis, Objetos Voadores Não Identificados. A colaboração do Clarke na formação do imaginário ufológico é enorme. Assim como H.G. Wells, esse outro britânico é um dos "baluartes" das concepções sobre alienígenas, seus mundos, histórias, "máquinas" etc. Além de introduzir e desenvolver aspectos filosóficos e especulações em diversos campos, influindo até na tecnologia espacial (o cara era físico e matemático e recebeu várias homenagens por sua influência neste âmbito).

Destaquei abaixo dois trechos de textos que li no no boletim da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), por ocasião do "passamento":

"Em 1998, [Clarke] recebeu o título de cavaleiro da rainha, pelo conjunto de sua obra. Em dezembro passado, ao completar sua '90ª órbita do sol', o autor listou três desejos: que os extraterrestres entrassem em contato, que a humanidade deixasse a dependência do petróleo e que o Sri Lanka tivesse paz."

"Arthur participou da criação da Sociedade Planetária - uma entidade direcionada para a exploração do espaço, com associados em todo o mundo - que, além de editar uma revista bimestral ('Planetary Report'), estimula doações aos programas espaciais que, com esse objetivo, vêm realizando pesquisas na procura de sinais de vida extraterrestre."

E um pensamento:

"Nossa civilização não é mais do que a soma de todos os sonhos das idades anteriores. E tem de ser assim, pois, se os homens deixarem de sonhar, se voltarem as costas às maravilhas do Universo, acabará a história da nossa raça".

Também saiu na edição de sábado(22/03) um pequeno artigo no caderno Cultura de Zero Hora. Por conta de muito lixo já escrito (e filmado!), somado a diversos preconceitos (o antropocentrismos talvez seja o maior deles), a literatura chamada de ficção científica é menosprezada nos "meios acadêmicos". Na minha leiga opinião, se trata de um gênero importantíssimo em vários sentidos, porque introduz diversos questionamentos complexos sobre nossas vidas e a história da humanidade.

Para a ufologia, como falei, caras como Clarke deveriam ser bem mais “estudados”. Não é porque ele escrevia “ficção” que não há em suas obras literárias um conjunto de reflexões e concepções muito bem embasadas e, até, com maior consistência do que lemos e ouvimos por parte de “autoridade ufológica” por aí.

*As obras do Clarke são muito marcadas pela separação do mundo, de um lado liderado pelos EUA e, pelo outro, pela URSS. Ele, por uma época, não conseguiu imaginar que o comunismo russo poderia ir à breca. Nem que o capitalismo ganhasse uma dominância tão assustadora, com corporações controlando o planeta, sobrando migalhas de poder para outras esferas, incluindo governos de países.

**A série 2001 é formada por quatro romances. O primeiro foi publicado em 1968, juntamente com o filme dirigido por Stanley Kubrick. Mas desde os anos 50, pelo menos, já vinha escrevendo obras ficcionias – que acredito serem fundantes nas especulações que deram origem ao que hoje conhecemos como Ufologia.

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