28 de abr. de 2010

Não é só os políticos que mentem - descaradamente


A fábrica transcional de automóveis Toyota só depois de muita pressão abriu o jogo sujo e se sujeitou a responsabilidades por ocultar um defeito perigoso em seus veículos. A empresa, seus executivos mostram mais uma vez a verdadeira "ética" que seguidamente "permeia" grandes corporações: mesmo pondo em risco a vida de milhares ou incontáveis pessoas, retardaram, dissimularam, mentiram como puderam, até ficarem sem saída.

Não sou eu quem estou dizendo isso. Na nota que saiu em Zero Hora da semana passada, o secretário americano dos transportes diz que a empresa ignorou a legislação, tentando evitar prejuízos econômicos e arranhões na imagem - não importando que pessoas venham a morrer ou machucarem-se seriamente pela merda que fizeram. O tiro saiu pela culatra dessa vez.

Cretinos de marca maior (olha aí o duplo sentido!). Não é só na política, infelizmente, que temos grandes filhos-da-puta. O bom da história é que está havendo alguma providência.

A mencionada nota do jornal segue abaixo.


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Zero Hora, 20 de abril de 2010.

INFORME ECONÔMICO

por MARIA ISABEL HAMMES

Multa recorde nos EUA

A Toyota aceitou pagar nos Estados Unidos uma multa de US$ 16,3 milhões, a maior imposta a um fabricante de automóveis, por ocultar durante meses um defeito no pedal do acelerador de alguns de seus modelos.

O secretário de Transporte dos Estados Unidos, Ray LaHood, disse que “a Toyota aceitou sua responsabilidade por ter ignorado obrigações legais de informar pontualmente sobre qualquer defeito”. E foi além ao afirmar que o governo continuará investigando se a indústria cumpriu suas obrigações de revelar problemas com os veículos. Aliás, os investigadores do Departamento de Transporte e da Administração Nacional de Segurança na Estrada estão revisando mais de 120 mil documentos entregues pela montadora.

No início do mês, as autoridades americanas acusaram a Toyota de saber desde setembro que seus veículos tinham um defeito no acelerador, mas não comunicou a Washington até quatro meses depois.

Um comentário:

Vladi disse...

O irônico foi que, numa canalhada monumental da americana Ford foi que a Toyota e outras marcas não-americanas ganharam força. Um modelo chamado Pinto, tinha um grave defeito de projeto. Incendiava facilmente. Os administradores, antes das leis mais severas de hoje, fizeram um cálculo simples: viram que deixar como está e pagar as eventuais derrotas na justiça de quem levaria os processos até o fim era mais "racional" que fazer recall e mudar o projeto. Agora chegou a vez dos orientais mostrarem que são humanos falíveis e, por vezes, canalhas homo corporativus.