28 de fev. de 2011

Drake: saqueador tornado cavaleiro inglês e homem de negócios – o mundo continua o mesmo nesta seara...


Um dos navegadores que ficou famoso pelo seu enriquecimento e retorno dado aos investidores no seu “negócio” foi o inglês Francis Drake. A bordo da sua nau de 100 toneladas, a Golden Hind, “Queimava e pilhava tudo o que encontrava no caminho ao longo de toda a costa sul-americana do Pacífico, atacando navios, assaltando colônias e levando saques em 25 milhões de libras (cerca de 42,5 milhões de dólares americanos [a publicação é de 1998])”, informa a obra As Viagens dos Grandes Exploradores, editado pelas Publicações Alfa, de Portugal. Drake, assim, estava “rico para o resto da vida”. E além de reivindicar a costa da atual Califórnia, EUA, para a soberana da Inglaterra, é dito que “os apoiantes do empreendimento recuperaram quase 5.000% do seu investimento e Drake foi sagrado cavaleiro pela sua reconhecida rainha [grifos meus].”

Drake – “El Draco, 'O Dragão'” para os espanhóis saqueados pelo ilustre filho-da-puta – estava autorizado pelo governo inglês, contando com recursos da coroa e de investidores particulares, como diz o texto (p. 85). Ou seja, era um ladrão, um pirata, um assaltante financiado e encarado como um agente estatal e empreendedor, usando-se da prática descarada da rapinagem mais vil, mas vista como atos de domínio justo, bravura máscula e ousadia comercial, tanto que recebeu um título honorífico dos mais importantes da Inglaterra.

De outras maneiras, pode-se dizer que há ainda muitos “bucaneiros” – outro termo para designar sauqueadores do mar – travestidos de “homens de negócio”, fazendo fortunas dentro das “regras do jogo” (como Drake), mas produzindo injustiças e prejuízos a alheios (muitas vezes a bilhões de pessoas, direta e indiretamente) , recebendo (como Drake) admiração e título nobiliárquicos.

Reforçando, na página 91 é dito que “os piratas e os corsários tinham apoio de cidadãos ricos e corporações de cidades, o que lhes proporcionava pretensões de respeitabilidade.” O mundo continua com seus assaltantes e assassinos que dificilmente vão parar na prisão, porque, na verdade, ao invés do pequeno roubo, praticam uma ladroagem grossa, com comparsas poderosos e acobertados pela injustiça feitas dentro da lei...

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