16 de jul. de 2013

Dia do homem é coisa de mulherzinha

Dia do homem é uma forma de vender mais e, de lambuja, despolitizar ainda mais o Dia Internacional da Mulher – já apropriado pelo sistema capitalista, que deglute tudo, transformando uma história trágica, uma denúncia de brutalidades, uma postura de contestação ao status quo (ou seja, a evidência que há, sem dúvida, uma  dominação masculina na sociedade) num motivo para... dar flores, perfumes, maquiagem, chocolates – e não o que as mulheres precisam, mesmo: respeito a sua inteligência, uma maior igualdade de poder, ocupando cargos políticos, cargos empresariais, mais igualdade na divisão de tarefas “domésticas” com seus companheiros e filhos homens; o direito de não serem espancadas e mortas em nome da “posse” que muitos e muitos homens continuam a pensar existir...

Sim, o dia do homem é todos os dias. E agora, além das mulheres continuarem “apanhando” no cotidiano (falo num geral), vão dar presentes a alguém que daqui um pouco muito bem pode lhes apedrejar, chamá-la de “vadia” e até eliminá-la, porque se acha no “direito de homem” de mandar e desmandar, de submeter “sua fêmea”.

Mulheres: não adianta nada se fazer de igual se no dia-a-dia as mulheres têm salários em média menores que a metade do que os homens recebem, e são representadas, por exemplo, no Congresso Nacional, por menos de 5% de deputados e senadores, sem NUNCA ter uma mulher presidindo qualquer uma das casas federais.

Dia do homem é uma baita falácia*.

*Segundo a Wikipédia, "Na lógica e na retórica, uma falácia é um argumento logicamente inconsistente, sem fundamento, inválido ou falho na tentativa de provar eficazmente o que alega. Argumentos que se destinam à persuasão podem parecer convincentes para grande parte do público apesar de conterem falácias, mas não deixam de ser falsos por causa disso.” (em http://pt.wikipedia.org/wiki/Fal%C3%A1cia)

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